Juliana tem 29 anos, é solteira e trabalha há quatro anos como recepcionista em uma clínica odontológica. Sempre foi reconhecida pela equipe como uma profissional dedicada: organizada, educada e atenciosa com todos
novembro 6, 2025Juliana tem 29 anos, é solteira e trabalha há quatro anos como recepcionista em uma clínica odontológica. Sempre foi reconhecida pela equipe como uma profissional dedicada: organizada, educada e atenciosa com todos. Era comum vê-la sorrindo, mesmo em dias mais corridos.
Porém, nos últimos meses, algumas mudanças começaram a chamar a atenção de colegas e até de pacientes. Juliana passou a demonstrar sinais constantes de irritação e impaciência, principalmente durante os horários de maior movimento na clínica. Situações simples, como a chegada de um paciente fora do horário ou um pedido de apoio de outro colaborador, têm gerado reações exageradas e, por vezes, até agressivas.
Além das mudanças de comportamento, ela vem se queixando com frequência de dores de cabeça fortes, episódios de enxaqueca, além de um cansaço que, segundo ela, não passa nem após o fim de semana. Comentou também que tem dormido mal, acordando no meio da noite e tendo dificuldade para voltar a pegar no sono. Em alguns dias, já chegou a sentir tonturas e relatou ter tido crises de ansiedade, com batimentos acelerados e sensação de sufocamento.
O distanciamento do grupo também ficou evidente. Juliana, que costumava ser sociável e participativa, agora evita conversas, prefere almoçar sozinha e responde de forma seca quando é chamada. Já verbalizou mais de uma vez que “não vê mais sentido no trabalho” e que “ninguém nota o esforço que ela faz todos os dias”. Tem demonstrado insatisfação com a rotina, falado sobre frustração por não ter se desenvolvido na empresa, e parece cada vez mais desmotivada.
Em relação aos pacientes, o comportamento também mudou. Ela passou a ser mais fria, especialmente com os que demonstram insegurança ou precisam de mais atenção. A coordenação da clínica já recebeu algumas queixas sobre isso.
Diante de todos esses sinais, a coordenadora ficou preocupada e decidiu conversar em particular com Juliana. Durante o diálogo, ela se emocionou, chorou bastante e disse estar no limite, sem energia e sem perspectiva. Apesar disso, teve dificuldade em entender o que realmente está sentindo.
A coordenadora, ao refletir sobre o quadro, começou a suspeitar que Juliana possa estar enfrentando um caso de Síndrome de Burnout, embora ainda não tenha certeza. Por isso, decidiu acompanhar a situação mais de perto e buscar orientação adequada antes de tomar qualquer decisão.
