Descrição
M.A.P.A – BIOTECNOLOGIA E REPRODUÇÃO HUMANA
| Nome: |
| R.A: |
| Disciplina: Biotecnologia e Reprodução Humana |
INSTRUÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE
|
|
|
|
|
|
|
FORMATAÇÃO EXIGIDA
|
|
|
|
|
|
|
VALOR DA ATIVIDADE: 3.5 |
| Esta atividade deve ser realizada utilizando o formulário abaixo. Apague as informações que estão escritas em vermelho, pois são apenas demonstrações e instruções para te auxiliar, e, posteriormente, preencha todos os campos com suas palavras/imagens. |
A indicação da fertilização in vitro (FIV) para o casal Juliana e Marcelo está diretamente relacionada aos fatores que comprometem a fertilidade de ambos. No caso de Juliana, o diagnóstico de endometriose em estágio avançado compromete significativamente sua capacidade reprodutiva natural. A endometriose pode provocar inflamações e formar aderências nos órgãos reprodutores, especialmente nas trompas, dificultando ou mesmo impedindo o trajeto do óvulo até o útero. Com a perda de uma trompa devido à gestação ectópica e a rigidez da outra causada pelas aderências, o processo de fecundação torna-se praticamente inviável de forma natural. Assim, a FIV se apresenta como alternativa viável, pois permite que a fecundação ocorra fora do corpo da mulher, em ambiente laboratorial controlado, eliminando a necessidade de as trompas funcionarem como canal de encontro entre óvulo e espermatozoide (Moraes, 2024).
Já Marcelo apresenta oligozoospermia moderada, uma condição em que a concentração de espermatozoides no sêmen está abaixo do ideal para garantir a fertilização espontânea. Mesmo que a motilidade e morfologia estejam preservadas, a baixa quantidade pode dificultar a chegada dos espermatozoides ao óvulo em uma tentativa natural de concepção. Na FIV, essa limitação é contornada com técnicas como a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), em que um único espermatozoide selecionado é introduzido diretamente no óvulo, aumentando as chances de fertilização mesmo em casos de concentração seminal reduzida (Souza; Alves, 2016). Diante dessas condições clínicas, a fertilização in vitro oferece uma resposta concreta à infertilidade conjugal do casal, permitindo superar tanto a barreira anatômica causada pela endometriose quanto a limitação quantitativa dos gametas masculinos.
Dentre as técnicas de reprodução assistida descritas por Souza e Alves (2016), destacam-se a FIV e a ICSI. Ambas são amplamente utilizadas nos casos em que há comprometimento da fertilidade, seja por fatores femininos, masculinos ou ambos. A FIV é indicada principalmente para mulheres com obstrução tubária, casos de infertilidade sem causa aparente, fator masculino leve ou moderado e falhas em outras formas de tratamento. O processo se inicia com a indução da ovulação, feita por meio de medicamentos hormonais, com o objetivo de estimular o desenvolvimento de múltiplos folículos ovarianos. Após a estimulação, é realizada a coleta dos óvulos por punção transvaginal e, paralelamente, colhe-se o sêmen. Em laboratório, os óvulos são colocados em contato com os espermatozoides em uma placa de Petri, onde a fertilização acontece fora do corpo da mulher. Os embriões formados são cultivados por alguns dias e, posteriormente, transferidos para o útero, com o objetivo de alcançar a gestação.
Já a técnica de ICSI é recomendada principalmente para casos em que há oligozoospermia severa, alterações na motilidade ou morfologia dos espermatozoides, falhas de fertilização em ciclos anteriores de FIV, ou ainda quando o homem foi submetido à vasectomia irreversível. Diferente da FIV convencional, a ICSI exige a microinjeção de um único espermatozoide diretamente no interior do óvulo, utilizando equipamentos específicos de micromanipulação. Após a fecundação, os embriões passam pelo mesmo processo de cultivo e transferência ao útero, como na FIV. A taxa de sucesso da ICSI é significativa, especialmente quando bem indicada e realizada por equipe especializada. Essas técnicas representam avanços importantes na medicina reprodutiva, oferecendo alternativas eficazes para casais que enfrentam dificuldades para conceber.
-
- A avaliação da qualidade dos oócitos é uma das etapas mais delicadas e decisivas no processo de fertilização in vitro. Como não há ainda um marcador bioquímico seguro e acessível para essa análise, o embriologista recorre à observação direta por microscopia, onde é possível verificar tanto o aspecto morfológico quanto o grau de maturação celular. Um oócito considerado de boa qualidade costuma apresentar contorno regular, zona pelúcida homogênea, citoplasma claro e sem grânulos excessivos, e uma única vesícula germinativa ou corpúsculo polar bem definido, a depender da fase de maturação (Moraes, 2024).
- Os dismorfismos oocitários são alterações visíveis na estrutura do oócito que podem impactar negativamente sua capacidade de ser fertilizado e de originar um embrião viável. Eles podem ser classificados como internos ou externos. Os dismorfismos externos envolvem alterações na zona pelúcida, na membrana plasmática ou na presença de estruturas como corpúsculo polar de formato irregular ou múltiplo. Já os dismorfismos internos referem-se a aspectos do citoplasma, como vacúolos, grânulos excessivos ou distribuição anormal das organelas. Embora nem todo dismorfismo comprometa a viabilidade do oócito, a presença de múltiplas alterações geralmente está associada a piores desfechos.
- Os oócitos podem ser classificados em três estágios principais. O primeiro é o oócito imaturo em prófase I, conhecido como GV (vesícula germinativa), que apresenta o núcleo visível e não está pronto para fertilização. O segundo estágio é o de metáfase I (MI), no qual a vesícula germinativa já se rompeu, mas ainda não ocorreu a extrusão do corpúsculo polar, sendo este um oócito em transição. O estágio mais avançado é o de metáfase II (MII), quando o oócito extruiu o primeiro corpúsculo polar e está apto para ser fecundado. Apenas os oócitos em MII são utilizados nos procedimentos de FIV com ICSI, pois são os únicos completamente maduros e prontos para receber o espermatozoide.
A técnica de assisted hatching, ou eclosão assistida, é um procedimento complementar realizado no laboratório de reprodução humana durante o processo de fertilização in vitro. Essa técnica consiste em enfraquecer ou abrir parcialmente a zona pelúcida (camada externa que envolve o embrião) com o objetivo de facilitar sua saída para que ele consiga se fixar no endométrio do útero e iniciar a implantação (Moraes, 2024; Souza; Alves, 2016).
Normalmente, o embrião rompe sozinho essa camada protetora por volta do quinto ou sexto dia de desenvolvimento, mas em algumas situações essa eclosão natural pode ser dificultada. É o caso de embriões com zona pelúcida espessa, de qualidade duvidosa ou submetidos à criopreservação, ou ainda em pacientes com repetidas falhas de implantação. Nesses contextos, o assisted hatching surge como uma estratégia para aumentar as chances de gravidez ao permitir que o embrião consiga romper essa barreira de forma mais eficiente e se fixe ao útero com maior facilidade.
No caso de Juliana, essa técnica é justificada por seu histórico de falhas anteriores na FIV e pelos episódios de aborto precoce. A endometriose, além de alterar o ambiente uterino, pode afetar a receptividade endometrial e a qualidade embrionária, tornando o processo de implantação mais difícil. Por isso, ao realizar a eclosão assistida, aumenta-se a chance de que o embrião consiga vencer essa etapa crítica, contribuindo para o sucesso da gestação (Moraes, 2024).
Os testes genéticos pré-implantacionais (PGTs) são ferramentas importantes na reprodução assistida, pois permitem identificar alterações genéticas ou cromossômicas nos embriões antes de serem transferidos para o útero. O principal objetivo dessas técnicas é selecionar embriões livres de mutações ou alterações que possam comprometer a saúde do futuro bebê ou impedir o desenvolvimento da gestação. Além disso, os PGTs ajudam a aumentar as chances de implantação, reduzir o risco de abortos espontâneos e evitar o nascimento de crianças com doenças genéticas graves (Moraes, 2024).
Entre os principais tipos de PGT, destaca-se o PGT-A (Preimplantation Genetic Testing for Aneuploidies). Essa técnica avalia a quantidade de material cromossômico do embrião, identificando aneuploidias, ou seja, alterações no número de cromossomos, como trissomias ou monossomias. É indicada especialmente em casos de idade materna avançada, histórico de falhas repetidas de implantação, abortos recorrentes e infertilidade sem causa aparente. Mulheres acima dos 35 anos, como Juliana, têm maior risco de produzir óvulos com alterações cromossômicas, o que torna o PGT-A uma estratégia útil para aumentar a chance de uma gravidez saudável (Moraes, 2024; Souza; Alves, 2016).
Outra técnica relevante é o PGT-M (Preimplantation Genetic Testing for Monogenic disorders), utilizado quando há risco conhecido de doenças genéticas hereditárias causadas por mutações em um único gene. No caso de Juliana e Marcelo, com histórico familiar de anemia falciforme, o PGT-M se torna essencial. Essa técnica permite identificar embriões que carregam o gene responsável pela doença, garantindo que apenas os embriões não afetados sejam transferidos. Assim, é possível prevenir a transmissão da condição à criança e oferecer segurança reprodutiva ao casal (Moraes, 2024).
REFERÊNCIAS
DUARTE, A. N.; RIGHI, M. G. Associação entre endometriose e infertilidade feminina: uma revisão de literatura. Acta Elit Salutis, v. 4, n. 1, p. 1–12, 2021. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/salutis/article/view/26895. Acesso em: 22 jul. 2025.
MORAES, L. S. de. Biotecnologia e reprodução humana. Florianópolis: Arqué, 2024.
SOUZA, K. K. P. C.; ALVES, O. de F. As principais técnicas de reprodução humana assistida. Saúde & Ciência em Ação – Revista Acadêmica do Instituto de Ciências da Saúde, v. 2, n. 1, p. 26–37, jan./jul. 2016. Disponível em: https://www.revistas.unifan.edu.br/index.php/RevistaICS/article/view/182. Acesso em: 22 jul. 2025.







Avaliações
Não há avaliações ainda.